Como já havia afirmado anteriormente, recentemente evidenciamos sítios arqueológicos pré-históricos em Cruz Alta. Vestígios de grupos indígenas do passado que ocuparam a região muito antes do período colonial. Sabemos que se trata possivelmente de uma ocupação de grupos que possuíam um modo de vida baseado na caça e coleta de alimentos. A figura acima – que não representa algum grupo cultural específico – ilustra um pouco sobre o modo de vida desses povos.
Como a escavação programada para o fim de 2010 apresentou alguns imprevistos, realizei uma pesquisa em sítios arqueológicos encontrados na região – através do cadastro eletrônico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – procurando identificar sítios com características semelhantes aos sítios encontrados em Cruz Alta. O entendimento sobre a cultura material pré-histórica da região pode identificar uma possível relação entre os sítios encontrados com outros identificados e cadastrados no IPHAN. Essa pesquisa ainda está em andamento, já que este mês pretendo visitar alguns lugares onde poderei encontrar mais informações sobre as prospecções arqueológicas realizadas no noroeste do Rio Grande do Sul. Enquanto não realizo essa investigação, exponho algumas observações a respeito do estudo dessas sociedades pré-históricas.
Alguns arroios que cruzam o município são afluentes da bacia do Rio Ijuí. Por sua vez, essa bacia hidrográfica faz parte da bacia do Rio Uruguai, curso de água que abriga próximo às suas margens, os sítios arqueológicos – associados a grupos de caçadores-coletores – mais antigos do Estado. Em períodos mais recentes, nota-se aparecimento de outros sítios arqueológicos na bacia do Rio Ijuí, ou seja, a concentração de sítios arqueológicos que existia ao longo do Rio Uruguai, agora começa a se distribuir por outras áreas do Estado.
Por fim, pensei em entender esses sítios localizados em Cruz Alta a partir de um possível sistema de assentamento dos grupos pré-históricos, isto é, perceber a possibilidade dos 5 sítios arqueológicos evidenciados serem parte de um mesmo sistema cultural, ou não. É possível, quem sabe, averiguar esse tipo de constatação a partir da escavação dos sítios. Porém, os imprevistos aconteceram – tanto na banca de qualificação da dissertação, quanto no que diz respeito à escavação que não aconteceu – e é importante agora prosseguir buscando alternativas para se estudar Pré-História em Cruz Alta.
Com certeza Fernando, imprevistos existem e não deixarão de existir, mas a burocracia e as vezes duelos de egos são mais nocivos a uma população. Fátima Deitos, psiquiatra que admiro, disse certa vez, mais vale pra saúde do povo, um mensageiro com boas notícias do que um asno carregado de remédios. No que precisar pode contar comigo,heheh.
ResponderExcluirFaz parte mesmo. Eu fiquei feliz por ter passado pela banca de qualificação e encontrado alternativas para prosseguir com a pesquisa, sem escavar. Mas de qualquer maneira, se conseguirmos a liberação necessária, pode ter certeza que avisaremos sobre a escavação =D
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